sejam perdoados
que sejam perdoadas as falhas e os falhos
as exclamações, interrogações, vírgulas, ponto e vírgulas, espaços, parágrafos, colchetes, entre aspas.
reticências, pontos, entre e depois das frases e nos finais quando se encerram as questões
que sejam perdoados os conjuntos vazios, não vazios, os unitários, os inexistentes, os finitos e os que não se podem determinar que sejam perdoados todos os mapas, cartas geográficas, localizações a nível de esfera terrestre ou marinhas conforme o imaginário. as bússolas, GPS, que não levam a lugar nenhum...
Sejam perdoados os desertos, as trilhas, os caminhos e os descaminhos, as rotas feitas, as desejadas, as desistidas.
os cruzamentos, as paralelas, as curvas, os becos sem saída
as paredes que delimitam, os muros que separam,
sejam perdoados mares e oceanos, rios, vales e cachoeiras, montes, colinas, planícies, depressões, crateras, vulcões, as noites, os dias, as manhãs, a luz e a escuridão
sejam perdoados os sonhos, todos os sonhos, os anoitecidos
e os acordados
as palavras ditas, as não ditas, as presas no abdômen,
as escritas em papel, em corpo e as tatuadas na alma
os sussurros, os gritos com ou sem propagação...
Sejam perdoados os olhos que veem, os ouvidos que ouvem, a boca que fala e silencia
sejam perdoados os conflitos gerados dentro de cada universo
os homens e as cópias e os fantasmas que assustam,
Sejam perdoados os desejos...
Margarida Di