A Cangaceira de Jequié

Numa sociedade machista,

eis que surge uma mulher protagonista.

Clareia minha inspiração, que agora é hora de falar

sobre a mulher mais arretada do Sertão!

Ela veio do interior da Bahia, da nossa amada Jequié!

Anésia Adelaide Cauaçu era seu nome, dona de casa,

dedicada ao homem, mulher de fé.

Mulher de traços delicados, jamais igualados!

Deixou de ser do lar, para ser do Sertão.

Mulher valente de alma e coração!

Lutava capoeira e atirava bem,

Juntou-se com seus tios e irmãos,

Vingou a morte de um parente.

Eita que essa mulher tinha o sangue quente.

Bando formado estava, e por ela foi liderado.

Essa turma deixava os jagunços amedrontados.

Bando dos Cauaçus!

Comandado por uma mulher,

Que não temia nada e nem ninguém!

Mulher guerreira, não arreia o pé.

Anésia, a mulher cangaceira do sertão de Jequié,

Foi á luta, não teve medo.

Enfrentava os homens sem trupé.

Vinda de uma família de pequenos agricultores,

Essa família sofreu na mão dos usurpadores.

Augusto Cauauçu, Zezinho mandou matar,

Logo depois disso, o bando Cauauçú,

Teve a se formar.

Começa então a guerra do Sertão de Jequié,

Combate entre policiais, cauaçús, e os jagunços de Zezinho,

O coroné.

Foi então que apareceu a cangaceira valente.

A mulher não tinha medo, era forte e competente.

Sabia atirar, e não temia arriscar.

Certo dia acertou o dedo do delegado,

Decepou a 300 metros, eita tiro danado.

Dava tapa nos homens e lutava capoeira,

Com essa mulher, nada era brincadeira.

Perfil forte de homem, cabra macho,

Mulher bonita, olhos azuis, não fazia cambalacho.

Cabelos ao vento, montava de frente no cavalo,

A primeira mulher a vestir calça, bebia cachaça no gargalo.

Em 1916 aconteceu sua prisão,

Tudo isso, com uma traição,

Pelo seu protetor, à polícia levou.

Lutava pelos injustiçados, pelas mulheres indefesas!

Anésia Cauaçú lutava que era uma beleza.

A primeira mulher cangaceira do sertão nordestino,

Jequié fez então parte de seu destino.

Anésia Cauaçú, símbolo de resistência,

Para as mulheres brasileiras tem a sua influência.

Força e coragem na cidade de Jequié,

Mostra ao povo da região,

Que aqui todo o tustão,

Vale a pena para lutar pelo que quer.