Azul

Tom sobre tom, eu venho, rogo que o azul se misture, se funda, confunda e refunde a imensidão, a cada instante-já, desfazendo as margens entre o dentro e o fora, mostrando as curvas, a música e a fluidez.

Olho por olho, eu me dou, me exponho ao céu, ao sol, me banho nesse mar de luz que me cega a visão, para que eu sinta, mais do que veja, a vida jorrando em meus poros: sou sal.

Sol a sol. Sal a sal. Pr'além de mim. Esses percursos da memória. Mergulhos de rio e mar. Jardins-museus. Entre o ontem e o amanhã, sagro o agora. E sangram mãos e pernas entrelaçadas a caminhar. Feitos. Fatos. Corpo. Cor. Caminho.