Brancura

Sim. Eu planto cores. Dentro de mim há um jardim úmido delas. Eu semeio. Adubo. Rego com a água permanente dos meus rios e faço a colheita, vida a vida, sol a sol, mar a mar.

Sim. Hoje, o branco me dirige. Colho. Recolho das águas do jardim. Aquática. Aquosa. Aqui. Flor de lótus. Nascida do lodo para o azul. Ela que nasce em renascimento. O que nunca será compreendido sem a seiva interior.

Sim. Eu visto a brancura. Mas o que avisto e chama está dentro. Sempre ex-surge a cor, arco que me cora a face e o tempo. Assento o corpo sobre tempo. Templo. Invoco a Luz. Sinto em mim onde o sagrado habita.