O TUDO E O NADA

Embora residas onde outra mão não afaga,

Onde é incomensurável a palavra

Escrita, verbalizada...

Nessas estranhas entranhas onde habitas

Somente tu registras a dinâmica

Desse arrumar de tralhas,

Dos rearranjos dos arrepios...

Do farfalhar desse tempo

Ao adentrar em tal tema

Devemos ser como a criança

que apalpa os mistérios de objetos ainda sem nome,

Despossuídos de sinestésicos e possíveis rubores...

Alforriados de um outro compromisso

O Tudo e o Nada, como um casal de amantes

Vivem de mãos dadas... Ora contemplando, ora ferindo a realeza

de uma cumplicidade não definida

Seus filhos são Versos, Diversos... Espalhados

Germinantes

nunca serão nascidos

Pois Eternos como o amor divino

No ventre de um Vento abençoado

Nessa paisagem que sonhaste!

***Meg Fonsant

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