POESIA E GLOBALIZAÇÃO

Minha poesia anda um pouco aborrecida

Entristecida,

Esquecida,

Mas não é birra não

Não é cisma não

É porque a matéria bruta da canção

Tem sido sempre

O não viver

O não sonhar

O não do não

Simplesmente não.

Minha poesia é, hoje, arremedo,

Escuro e tosco e fundo

O próprio medo

A falta disso e daquilo

E um mistério profundo:

A vitória dos homens maus

E a incrível indiferença dos homens bons

A alienação geral!

Minha poesia não cabe no mundo globalizado,

Mundo hipnotizado

De fotos, caras e bocas

De idiotas e imbecis pra todo lado!

Minha poesia parou no tempo

Um tempo em que os homens

Se reconheciam e se falavam...

CAMPISTA CABRAL
Enviado por CAMPISTA CABRAL em 16/05/2017
Código do texto: T6000733
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