Nenhuma solidão é pior que a exploração.

Não tenho ataduras suficientes para estancar a sangria, e nem muitos anticorpos para combater os vírus que se instalam em mim, minhas células são quase todas inválidas, disfuncionais, a maioria infectada pelos vírus que há em mim, e as poucas lúcidas não são suficientes para me curar. Estou doente, ferido, jorrando sangue. Estou me perdendo, estou mudando, deixando de ser o que sou. Não há calmante que acalma o caos que estou. "Como vou ser daqui para frente?" Me pergunto. Não tenho resposta, só vaias, e mais ferimentos, e mais sangramentos, e novos vírus. Consumindo-me e me amando por aí, mentindo e ainda conseguindo dormir. Eu estou na falência, quase não respiro mais, esse ar é misturado com gás, corrosivo. O que farão minhas células? O que farão meus anticorpos? Não deixem-me morrer, pois vcs morrerão também, Ajam rápido, matem os vírus, cicatrizem minhas feridas, e assim voltarei a ser o que sou.

Assim diria o Brasil, Se fosse poeta.