São para ti

São para ti

estes risos, rodopios que provoco

à raiz do sangue

São de ti meus dias de amoras silvestres

porque os outros urge torná-los doces…

Os olhos que trago, esses tentam fotografar

no tempo teu rosto

minha audição desperta a essa tua voz

que guardo e degusto

como um vinho de preciosa casta

Por ti

é esta Fénix que trago ao peito como um filho

e me agarra no vestido…

São para ti

todos os poemas -eu que sou uma aprendiz de qualquer coisa

que não sei ou não consinto – mas continuo a plantar árvores, flores

e insónias,

e nunca saberás que são um pouco de firmamento,

tão imperfeito quanto as margens do meu rio.

São para ti

as águas das chuvas que alimentam

todas as palavras que te não digo,

tal como o sorriso das flores em festa

e o cântico dos rouxinóis pelas manhã,

mas aí eu te grito meu Irmão

inaugurando dias novos

beliscando, brincando, dançado contigo

bem no epicentro do precipício,

novo ciclo.

© Célia Moura – A publicar “Terra De Lavra”

Célia Moura
Enviado por Célia Moura em 18/05/2017
Código do texto: T6002610
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