Imerso na borra da taça
Imerso na borra da taça
Imerso na borra da taça
Sentidos adormecidos inebriados
Transcendendo ao estado contemplativo
Num estado torpe de conhecimento
Do degenerado ponto de realidade
Subjetivado a cada trago do odre
Onde o herói vislumbra-se ébrio
Morrendo a cada sorvida profunda
E sua alma sublima preciosa
Ascende a reinos átmicos
Encontra-se com a verdade alcoolizada
Conhecimentos dionisíacos codificados
Que a rubra passagem torna os claros
Mas que sob a insanidade apolínea
Obscurece por trás de seu brilho
Derrubando o véu que o vinho levantou
Onde Maya o guiava em planos sublimes
Assim mais um gole
Sorva a embriaguez da realidade
Contemple a translúcida luz
Baco o espera entre suas bacantes
Que bailam entre parreiras e vinhedos
Deleitando das delícias de viver
Daqueles que abraçam o licoroso sabor da vida
Eduardo Benetti