Libertai-me
Houve um tempo em que me vi banhada em luz...
Só para descobrir o quanto o por do sol pode ser sinistro
Sonhos doces, de plenas certezas sobre o amanhã
Porém, anoiteceu e esse amanhã nunca chegou
Como pode algo tão quente, vivo...
Esfriar como se nunca estivesse ali
Será que estive louca e nunca me disseram?
Algo tão frio, distante...Muito cruel
Minhas forças se foram, tudo desmoronou
Não pela sua partida, não, com isso não me importo...
Foi tarde...
A esperança que plantou, cultivou...Tão docilmente...
Apenas para pisa-lá...Há, isso foi cruel...Imperdoável
Como poderei confiar em alguém de agora em diante?
Os sorrisos não serão mais os mesmos...Desconfiança...
Quando lembro do seu sorriso, malicioso...Sinto uma pontada...
As lágrimas já secaram, mas o coração...Esse sempre sangra.
Bem sei que a solidão é estranha, fria...Porém é algo só meu...
Sei mais ainda o que esperar dela, ela sempre é honesta...
Que os amores sem amor, permaneçam longe...To sem tempo
Só eu sei o quão forte fui...E o que isso me custou...Libertar-me.
O quão duro é ter que esconder a menina ingênua, antes do tempo
Para que não a machuquem mais...Força-la a crescer prematuramente...
Poderia dizer que é injusto...Mas, o que é justo? Poucas coisas o são...
Não chore moça, não se envergonhe, não se acanhe...Libertai-me...
Pequenas coisas não abalam meu mundo...Ele está além de suas mãos...
Subirei degrau por degrau, na escada infinita da vida...Me tornei paciente
Minha ansiedade, sempre presente, talvez seja o grito da minha alma...
Sempre dizendo"tenho medo do frio..."Que me roubem o calor....
Libertai-me a cada passo, a cada segundo, a cada amanhecer
Continuo aqui, com medo mas firme, com frio mas determinada
Libertando-me em ato contínuo, feliz acima de tudo...Afinal
Suas amarras não significam mas nada, a não ser uma cicatriz ...
In Laia and Moreira
Vita bellatores