ESTOU DECEPCIONADO. HUMANIDADE?

Estou decepcionado! Muito decepcionado. O motivo? Queres saber o motivo? Perguntas algo no qual talvez não queira ouvir ou não esteja preparado para ouvir a resposta.

O ser humano é decepcionante!

A todo o momento tenho visões que meus olhos não foram preparados para enxergar. Tento fechá-los, mas sou obrigado a ver. Ver para crer.

Inacreditável!

Estou com dores e náuseas; calafrios e estaguinação; derrames de lágrimas por causa da desventurança da espécie humana. Que espécie é esta? Não existe raça humana. Não existe espécie humana. Não existe humanidade.

Entende?

Somos por demais egoístas, mãos de vacas, mesquinhos uns para com os outros. Temos por constituição natural duas mãos que seriam usadas. Uma para ajudar, outra para trabalhar em benefício próprio. Mas o que vemos? O horror daqueles que não tem. E a jactância daqueles que tudo tem. Como somos maldosos e pequenos de alma. Nos trancamos nas nossas casas eletrificadas e damos as costas para tudo e para todos. Como se nada pudéssemos fazer ou como se nada teríamos que fazer.

Que humanidade mais desumana.

Depois então que inventaram a classe explorada vendedora de força braçal. Hum, nunca mais. Nunca mais.

Seríamos mais felizes se admitíssemos que quem nos comanda é o instinto puramente selvagem animalesco diabólico. As ações nos denunciam a cada momento. Não existe racionalidade humanística ou um sentimento de ajuda mútua de forma lógica e verdadeira. Apenas instintos de um animal mal domesticado e muito mimado, com manias herdadas de seu dono sem ética e sem moral. Que insiste em fazer as suas bolotas nojentas em lugares errados.

Que ética? Que moral? Não acredite nestas coisas. São ilusões e representatividades sociais. Pois se não existe a raça humana ou espécie humana, logo não haverá uma ética ou até mesmo uma moral humana. Isto meu caro é ilusão. O que nós estamos presenciando é a força coercitiva de uma sociedade totalmente desfigurada, agarrada a um passado distante (diz ser distante) ou a um futuro que nunca chega ou que no mínimo tarda a chegar. Maranata é a palavra mais ouvida dos esperançosos por uma salvação divina. Nostalgia meu amigo, é o que muitos dos demais sentem. Apenas pronunciam maranata ou como outros sofrem de saudades.

Apenas isto.

E maranata ou saudosismo é muito pouco para um mundo carente de ações.

Ações desprovidas de interesses.

Ações sem interesses nas reações do obrigado e das recompensas. Ter uma virtude é algo por si só recompensador. Não podemos ficar a procura das ruas de ouro, do mar de cristal, da coroa de glória, da vida eterna. Fazer o bem sem olhar para todos estes benefícios, é um dos maiores desafios desta vida.

Mas o homem não consegue dá um passo se quer sem respirar aquilo que virar como recompensa.

Poucos são aqueles que conseguirão como Spinoza diz, ser manso sem preocupar-se em herdar as terras. Ser calmo, sem a pesperctiva de entrar primeiro nas mansões celestiais. Poucos, muitos poucos.

As “boas” ações, são repletas de egoísmo mórbido. O amor é o sentimento mais egoísta que um homem poderá sentir. Outros sentimentos desfigurados e deslocados circundam o amante. O amante agora passa ser o opressor: aquele que oprime, que sufoca, que senti ciúmes, que controla.

O mundo dos interesses, das vontades, dos desejos e das vantagens é um mundo atrativo e cobiçado. A cobiça, a inveja, a glutonaria são pecados sem perdão. Sem perdão.

- Ah, já sei. Estes três pecados são contra o Espírito Santo?

- Não, não, não. Contra os homens mesmo.

E quem estará então, em reais condições de perdoar?

Quem?

Aquele que tem as mãos limpas atire a segunda pedra, pois a primeira já fora lançada e não deu muito resultado. E olha que quem lançou, além de ter mãos limpas, também tinha mãos furadas.

Isto há cerca de dois mil anos atrás. Quando esta mesma pedra foi rejeitada e feita aos pedaços. Daí surgiu então “Petros” fraguimentos da rocha. Em Antioquia tinham por zombaria a mania de chamá-los de “cristozinhos”. Que tolice antioquiana! Não sabiam eles que isto seria o nome daqueles que seguiriam os ensinamentos de Paulo? De Paulo? E onde está Petros? E Cristo? O Messias que ressuscitou? Ou mesmo Moisés, o autor da Tora. A nossa fé não seria vã?

Não teríamos sofrido então um enorme golpe religioso, quando Constantino, o Grande, abriu as portas do Império para a fé cristã no terceiro século? Visto que a partir de então, todos os ensinamentos do Galileu SUMIRAM ou foram transmudado para isto que sobrou: o cristianismo-constantiniano-católico-romano de Nicéia. Ali, não só o cristianismo mudara, mais também o ensinamento cristão sofreu uma grande perda. Irreparável perda!

Credo! Que isto?

Que isto?

A maior desfiguração das escritas humanas e dos ensinamentos de alguém. Nada a comparar. Nem mesmo Aristóteles ou Platão, conseguiram deturpar tanto aquilo que Sócrates falara. E se falara?!

Seguimos, pois o evangelho do Paulo ou do Galileu? Ou mesmo de Constantino?

Os três?

Não meu caro.

De uma só fonte não poderá jorrar jamais, água doce e ao mesmo tempo água salgada. E mesmo azeda.

Jamais!

Não tenho fé no homem.

.......

- Não tenhas fé no homem!

Gritou Cristo no auge de sua dor crucificatória e “substituta”.

- Pois eu vim para os meus semelhantes e vejam o que fizeram comigo?

E o pior disto tudo, é que ele (o Nazareno) prometeu voltar.

Corajoso em Nazareno!

Corajoso!

Ouvir dizer que estão se preparando para “ A Paixão de Cristo” II. O Retorno.

Isto sim. Isto que é segunda morte.

Quando o profeta previu isto na virada do milênio, foi repreendido por Deus. Motivo? Não se pode estragar uma surpresa destas assim de uma hora para outra. Os céus tiveram que adiar a nova escurção divina. Acho que ficará para os próximos cem anos. Ou talvez estejam esperando o próximo “concílio” católico. Algumas coisinhas ficaram mal resolvidas.

Se em Jerusalém ou em Nova York. Na África ou na Ásia. Quem sabe na Europa? Na América Latina?

Não. Acho que não. A estrebaria latina seria uma experiência que nem o Santo Galileu agüentaria. O sofrimento de nascer brasileiro foi dado como castigo aos anjos caídos da grande rebelião. Boa parte deles. Isto serviria como uma espécie de, mal comparando: purgatório. Na verdade: A Última Chance.

Não sabias disto?

- Tenho sede. Disse ELE.

- Tragam vinagre! Gritou um dos guardas.

Parousia?

NÃO. É CORAGEM MESMO.

- O sujeito além de paranormal é filósofo. Estóico é claro. Quem falou isto foi um saduceu que passava na hora.

“Repreensão” do prazer. Amor ao sofrimento como forma de atingir o ascetismo. Paixão ao destino manifesto. Celibato.

Celibato?

Por favor, não queira polemizar mais esta história com o tal do”código Da Vinciano”. Por favor!

Bem profetizou Isaías: “homem de dores. Sabia o que era sofrer”.

Uma coisa tenho de confessar:

Não sou um leitor e mesmo um admirador do Apocalipse Joanino. Prefiro os “sermões” pastorais da montanha.

Calma! Estamos apenas discutindo acerca do homem. Não queira me levar a sério. Não é esta a minha intenção. Nunca foi. A vida já é uma dor. Imagine se ela fosse séria?

Não me crucifique com o Messias. Eu não mereço tanto.

Estais a ler a mente de um homem. E isto é algo raro. Geralmente mascaram as verdades mentais quando se é passada para o papel, em nome de supostos gracejos e carícias. Dificilmente alguém consegue ser verdadeiro estando no ambiente em que eu estou. Dificilmente.

Teria tanta coisa para escrever. Tanta coisa...

filoliveira1@hotmail.com