Tirem de mim este cálice

Neste cálice a transbordar

bebo o fel do veneno que não controlo

bebo a lama desta vida

em que me atolo

sem cura e sem remédio…

já nem sei sequer o que isto é,

se é tristeza ou se é tédio

este poço em que mergulho em desespero

e me afundo

na bruma do que quero e que não quero

no esvair duma tarde sem sentido.

Clamo ao Supremo cuja Existência

tantas vezes já duvido

por fazer sofrer por excelência este mundo

continuamente em guerras envolvido.

E que encontro nesta busca desesperada?

Muito pouco… mesmo pouco ou quase nada!

Mas persisto

em procurar a razão para viver

mesmo sem Cristo

nesta ânsia desmedida

nesta busca em que me vejo envolvido

entre o Ser e o Não-Ser.

in:

AS ARMAS DO SILÊNCIO, desnudado (poemas) e

MOMENTOS por dizer (antologia de poemas)

EDIÇÕES DE AUTOR

Alvaro Giesta
Enviado por Alvaro Giesta em 10/08/2007
Código do texto: T601619
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