Tem dias que estamos sem norte, sem rumo,
Parecemos aquela tartaruguinha, a derradeira,
De uma grande ninhada, que fica por último,
Arrastando-se na areia, suas frágeis nadadeiras.

Mas, que o olhar está para o mar, bem adiante,
Mesmo não sabendo a distância que os separa,
Vai carregando o corpo, paciente, lenta, constante,
Mergulhada em um sonho, fiel, que nunca para.

Que a move para um futuro real, equidistante,
Traçado por um destino, que a morte a espera,
Em algum tempo, nesse percurso, inconstante,
Mas, certa, no passar do tempo, da primavera.

Que a natureza, fonte nua do criador, reserva,
E como num descarte, essa morte cruel a leva,
Ficando a essência de um espírito, leve, imortal,
Que depois se vai, sem deixar vestígio do portal.

Esses dias são cruéis, temos essa consciência,
Não somos como a tartaruguinha, inocente,
Pois, temos a dimensão, da vida, dessa ciência,
Que nos faz diferente dos animais, somos gente.

E por isso temos que fugir dos dias negros,
Das angustias, da dor, que corroí nossa alma,
Que estão inseridos, guardados em segredos,
Pela a natureza, fonte do criador, como arma.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 07/06/2017
Reeditado em 19/08/2017
Código do texto: T6021102
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