Poemas do amor que dispensei

Os poemas do amor que dispensei

os fiz assim, calados, pois fizesse

um verso apaixonado,

não os dispensaria...

Não por ora...

Guardaria o amor, por mais um dia.

Do verso... – deste sim, mas não agora;

as palavras de adeus eu não diria

e não diria mais, pra que o silêncio

guardasse algo do amor que dispensasse...

Ah, o amor! – esse ficava

como um verso guardado na gaveta

do impublicável “eu” que se retrata

no adeus ao verso,

no adeus ao sonho,

no adeus, intransitivo como um verbo,

e que dispensa outros comentários;

que só diz: adeus!

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 16/10/2005
Código do texto: T60232