Poemas do amor que dispensei
Os poemas do amor que dispensei
os fiz assim, calados, pois fizesse
um verso apaixonado,
não os dispensaria...
Não por ora...
Guardaria o amor, por mais um dia.
Do verso... – deste sim, mas não agora;
as palavras de adeus eu não diria
e não diria mais, pra que o silêncio
guardasse algo do amor que dispensasse...
Ah, o amor! – esse ficava
como um verso guardado na gaveta
do impublicável “eu” que se retrata
no adeus ao verso,
no adeus ao sonho,
no adeus, intransitivo como um verbo,
e que dispensa outros comentários;
que só diz: adeus!