A SALA ESQUECIDA

Os relógios são formais e repetitivos.

São a alma dessa sala fechada.

Observaram a oxidação desses objetos

que antes eu achava que eram palavras.

Apenas amontoados de sucata.

A precisão das réguas de alfaiataria

deve ter se perdido pelo atrito constante.

Agora as roupas não me servem mais

e se tornam uma farsa um tanto irritante.

O que eram desenhos numa pele qualquer,

são abstrações consumidas pelos vincos.

Morre-se um pouco a cada obra perdida.

Mas como se perde uma historia que não é sua

e que vi gritando na distância de nossas vidas?

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 16/06/2017
Código do texto: T6029503
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