A SALA ESQUECIDA
Os relógios são formais e repetitivos.
São a alma dessa sala fechada.
Observaram a oxidação desses objetos
que antes eu achava que eram palavras.
Apenas amontoados de sucata.
A precisão das réguas de alfaiataria
deve ter se perdido pelo atrito constante.
Agora as roupas não me servem mais
e se tornam uma farsa um tanto irritante.
O que eram desenhos numa pele qualquer,
são abstrações consumidas pelos vincos.
Morre-se um pouco a cada obra perdida.
Mas como se perde uma historia que não é sua
e que vi gritando na distância de nossas vidas?