Sonhos que morreram

Deslizou em minha alma,

E escreveu em linhas singulares

Sobre o amor e a loucura

Com a suavidade das erupções desabrochantes,

Como os lusco-fuscos que vêm saldar

Quem se agonia em tremendos pesadelos...

Tocou-me os lábios com a umidade de sua língua

E exarou nas minhas memórias quentes

Pequenas e grandes e profundas marcas vivas

Que fazem os olhos fecharem,

Como quem quer resguardar qualquer juízo...

Se foi como uma explosão,

E tudo ficou desarrumado,

Como que se principiasse a vida, com bilhões de lembranças agitadas e densas...

E deixou o vazio de vazios, cheios de nadas, sonhos que morreram, conversas que jamais existirão...

E tudo foi num instante,

Num piscar de olhos,

Como um clarão sendo engolido pela escuridão mais negra...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 18/06/2017
Reeditado em 26/06/2017
Código do texto: T6030724
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