Da calçada

Um passadista qualquer

lê o jornal de amanhã.

o guardanapo sobre o fogão

anuncia: "domingo, alegrai-vos"

O céu, invisível de chuva,

a antiga casa em ruína,

o rio vestido de rua.

Há labirinto no asfalto.

Ali, cratera, o piche se despe

no mormaço da lama.

Desde lá do alto,

a mão, uma xícara de café;

é possível mirar da janela

pontes que não se veem.

Poema publicado na página do autor, Blog VERDADE EM ATITUDE (www.verdadematitude.com.br)