Meu Lugar de Ser
Só tem areia...
Um banco.
Areia e uma cerveja quente...
Tem areia o suficiente pra pensar...
Tem grãos o suficiente pra contar...
Garantir
Reparar
Arriscar
Oprimir
Separar...
Tanto pra pensar ... Tanto pra ser...
Tanto pra tentar...
Um violão parece chamar por mim...
Grandes ondas me cobrem sem me molhar...
Sinto uma dificuldade imensa
de me ouvir, sem reparar no barulho
docemente chato que isso faz...
Tem um cara “velho” discando
números intermináveis na tentativa
de pelo menos uma conexão segura...
...Nesse branco brilhante que ainda me encanta...
E nesse violão que continua me chamando pela capa...
O “velho doido” ainda corre sem as pernas... Ele tem um disco ... deslizador...
Incrível que eu queria que você estivesse aqui me ouvindo...
Que brincadeira boba é essa que me chama pelos olhos do coração?
Ainda vejo vários discos de várias formas, e o violão...
E gotículas d’água que me molham o rosto provocando sorrisos e borrões...
O branco espumante está se aproximando...
Esse corpo-violão que não me corresponde me incomoda...
Ele está se sentando longe de mim
e vai começar a introduzir notas
em meus sons...
Tiro fotografias, o mar não colabora...
O som do pássaro é interrompido
pelo plástico de bala que passa desgovernado...
E agora, pelo barulho dos meus pensamentos...
As pessoas me olham rabiscar...
Dizem por aí que são poemas... Talvez poesias de não saber... Enfim...
As mulheres sempre me atrapalham...
Principalmente com gritos... E de novo você me vem à mente...
Estranho mesmo é não me preocupar, agora,
com a minha aparência...
Nem com a minha barriga, que salta.
Os sons ainda me invadem e eu estou adorando...
- Minha mãe... Vir te ver e ser inundada
de água e esperança é indescritível...
Não sei o que era no mar, mas estava brilhando...
Não sei o que era, mas estava brilhando... Lindamente!
Envolta por um branco espumante e uma cachoeira...
Sensação...
Não sei como, mas... Incrível!
Agora, estou sendo aquecida e secada impacientemente
pelo sol...
Ele deve ter sentido ciúme...
Em instantes que se passaram ilógicos, a bermuda
jeans e também o violão-corpo foram embora.
Não o alcanço mais... Nem seus sons...
Instantes que se passaram ilógicos...
E passaram... Deliciosamente... Aqui!