LIBERDADE

Estão falando de nacionalismos,

de retomar as rédeas da carroça,

estão erguendo bandeiras de liberdade

direitos de humanos empoderados

de orgulho e conquistas enquanto

a História segue repleta de histórias...

Foi ela, a liberdade a guiar o povo enfurecido

que chegou ao Château de Versailles em 1789

onde Luís XVI e sua rainha

foram decapitados na guilhotina

em nome da liberdade...

Justiça poética, a liberdade tem lá

seus próprios problemas de visão.

Para Cecilia Meireles a liberdade

é uma palavra que o sonho humano alimenta,

não há ninguém que explique

e ninguém que não entenda...

Quanto a mim, minha bandeira é o Bandeira...

É ter no poema a liberdade

de escrever depois eu contA

incorrendo o risco de ser visto

como esquizofrênico

um poeta bêbado sem domínio da Língua.

Que fazer, me contenta a poesia...

Alimento meu corpo de palavra-pão

e alento esperança sempre,

ou quase sempre

apesar da guerra travada

nas trincheiras da televisão...

Porque a aurora de um novo dia

é o crepúsculo do mais antigo no mundo

tudo tem lugar em mim

mas deixo a liberdade com as asinhas para fora

o velho nacionalismo de fora

as bandeiras carcomidas de fora

(...)

O que já não cabe no mundo

não tem morada no meu colo.

Por isso tiro palavras do lugar,

dessacralizo ou santifico

o que não significa mais.

Dentro de mim só o inusitado

espera ser descoberto, e fim!

*

*

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Baltazar

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 27/06/2017
Reeditado em 27/06/2017
Código do texto: T6038709
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