ROSA FANTASMA

Molhada de orvalho

Treme a rosa de frio

Ante todo um jardim de indiferença.

Treme amolecendo seus espinhos,

Trincando velhos espelhos e desejos.

Não há oração para um Senhor

Ou mesmo morte para alívio.

A roseira não fornece ninho

Nem o jardineiro parco adubo.

Padece a rosa chorosa

Desbotando seu vermelho vivo

Para ser fantasma na eternidade.