Acalanto
Elétrica ainda a pele que arde sob o fluxo da energia.
No impulso, aço no músculo tenso;
veludo para os lábios no auge da fantasia.
Sem pensar na cor exata, a noite tingiu os cabelos
e elétrica ainda a alma se contagia.
O ar que expulsas pelas narinas entra na minha boca e seca.
Magnética, a palavra incerta cai como uma luva sobre o rosto banhado de sal, no embaraço de uma confissão às avessas.
Onde a frase de efeito que não me vem à cabeça...
O silêncio sai sob medida debaixo das mãos vazias que o desejo move.
Ouves o rumor do rio distante?
Então fecha os olhos e dorme que essa noite a lua está pela metade e as águas vão tremer mansamente dentro da escuridão.