Lábios Impuros

Lábios frios que ousam maldizer o meu destino

Lábios quentes que osculam o esquerdo do meu instinto

Não usurpam a minha coroa de poeta

Nem desbota minha poesia, aparentemente patética

Mesmo debruçada estou erguida

Na irônica glória dos amores

Encontro-me nas asas do anjo, se perdida

Quando triste, nos insetos que beijam as flores

Odeie a minha face de felicidade

Mate o meu vício ardente de viver

Desde que tires a máscara podre, infeliz

E deixe o sangue camuflado, traído a escorrer.