EPÓPEIA DA DECADÊNCIA
Seus olhos é um espelho sem vida
Sem esperanças e sem qualquer razão de continuar
O mundo não é como lhe contaram
Na verdade, tudo não se passa de uma loucura
Todos correm e não importam com nada
Nem sequer olham para os lados
Afinal, o que ganhariam se parassem?
Ganhariam o tempo... quem poderia acreditar em minha história.
Aqueles que ouvem estão em piores situações
Eu caminho pela noite entre as calçadas sujas
Eu posso dizer pois eu vejo,
Com estes próprios olhos carentes de afeto
De carrinhos de brinquedo e abraços carinhosos
Até mesmo uma bronca paterna me faria bem
Ele estaria por perto e me protegeria nesse lugar tão perigoso.
Mas para onde todos foram?
Tudo parece tão silencioso
não há mais ninguém passeando pelas ruas
apenas o néon com defeito iluminando as paredes
poluindo minha mente com imagens terríveis
eu rezo por você sabia?
Mas, será que Deus saberia entregar esta oração para a pessoa certa?
Eu não sei seu nome
Uma vaga lembrança é tudo que tenho nesta vida
Nos meus sonhos eu vejo crianças como eu sorrindo
De mãos dadas com seus pais
Eu vejo o amor em volta deles
Os olhos são estrelas até mesmo no dia ensolarado
E eu queria brilhar como eles
E nem precisa ser presente,
Um abraço, um carinho, sua atenção.
Já seriam suficientes para salvar o meu dia
Mas, estou só e minha realidade não pode ser outra
Vivo em uma grande arena, onde todos são leões e gladiadores.
Eu, apenas um sobrevivente da selva de pedra
Moldado a forma rústica da luta pela sobrevivência
Um dia estendi a minha mão para pedir ajuda
Mas tudo que vi foram olhos que diziam para trabalhar
Mas será que você daria um emprego para alguém como eu?
Sem estudo, sem nada na vida
Além de algo que você finge não ver...
A vontade de vencer.