EPÓPEIA DA DECADÊNCIA

Seus olhos é um espelho sem vida

Sem esperanças e sem qualquer razão de continuar

O mundo não é como lhe contaram

Na verdade, tudo não se passa de uma loucura

Todos correm e não importam com nada

Nem sequer olham para os lados

Afinal, o que ganhariam se parassem?

Ganhariam o tempo... quem poderia acreditar em minha história.

Aqueles que ouvem estão em piores situações

Eu caminho pela noite entre as calçadas sujas

Eu posso dizer pois eu vejo,

Com estes próprios olhos carentes de afeto

De carrinhos de brinquedo e abraços carinhosos

Até mesmo uma bronca paterna me faria bem

Ele estaria por perto e me protegeria nesse lugar tão perigoso.

Mas para onde todos foram?

Tudo parece tão silencioso

não há mais ninguém passeando pelas ruas

apenas o néon com defeito iluminando as paredes

poluindo minha mente com imagens terríveis

eu rezo por você sabia?

Mas, será que Deus saberia entregar esta oração para a pessoa certa?

Eu não sei seu nome

Uma vaga lembrança é tudo que tenho nesta vida

Nos meus sonhos eu vejo crianças como eu sorrindo

De mãos dadas com seus pais

Eu vejo o amor em volta deles

Os olhos são estrelas até mesmo no dia ensolarado

E eu queria brilhar como eles

E nem precisa ser presente,

Um abraço, um carinho, sua atenção.

Já seriam suficientes para salvar o meu dia

Mas, estou só e minha realidade não pode ser outra

Vivo em uma grande arena, onde todos são leões e gladiadores.

Eu, apenas um sobrevivente da selva de pedra

Moldado a forma rústica da luta pela sobrevivência

Um dia estendi a minha mão para pedir ajuda

Mas tudo que vi foram olhos que diziam para trabalhar

Mas será que você daria um emprego para alguém como eu?

Sem estudo, sem nada na vida

Além de algo que você finge não ver...

A vontade de vencer.

adriano villa
Enviado por adriano villa em 14/08/2007
Código do texto: T606217
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