A menina com borboletas no cabelo

Sua serenidade era quase que palpável

Cada pessoa que se aproximasse demais

Seria capaz de captar

Tanto quanto um catalizador de emoções

Veria que o caos, aquela singela criatura, nunca habitara, nem ousaria tocar

Com suas mãos incertas e inconstantes

Tudo harmonicamente disposto em seu corpo

Sua pele clara, sem manchas da idade, nem vestígios, escondidos em linhas de sorrisos ou marcas de expressão, ou do rastro deixado pela tristeza

Algumas sardas, dispostas quase que ordenadamente, mas ainda sim, de um jeito disperso

Ornando com seu cabelo ondulado, ruivo acobreado

E seus olhos, tão intensos quanto relâmpagos, mas ao mesmo tempo tão preciosos quanto topázios e tão calmos quanto o balançar do mar

Só que em tons que (dançavam) alternavam entre um castanho mel e um verde lunar

Variando sob a incidência do sol

Com o róseo de seus lábios carnudos, os dando mais evidência

Tanto à mim, quanto às lepidópteras e monarcas, que nela pousavam

Era evidente que sua paz interna era tão plena quanto a externa

Aquela visão era bela

De uma forma que fazia meu coração encher de pura satisfação

Não sei ao certo por que

Mas tenho quase certeza de que as borboletas também não sabiam porque poderiam pousar

E a garota, que a não tinha a menor ideia do porque aqueles animais alados insistiam em usar seu corpo como refugio para descansar.

Delírio Rodrigues
Enviado por Delírio Rodrigues em 25/07/2017
Reeditado em 28/07/2019
Código do texto: T6064080
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