A menina com borboletas no cabelo
Sua serenidade era quase que palpável
Cada pessoa que se aproximasse demais
Seria capaz de captar
Tanto quanto um catalizador de emoções
Veria que o caos, aquela singela criatura, nunca habitara, nem ousaria tocar
Com suas mãos incertas e inconstantes
Tudo harmonicamente disposto em seu corpo
Sua pele clara, sem manchas da idade, nem vestígios, escondidos em linhas de sorrisos ou marcas de expressão, ou do rastro deixado pela tristeza
Algumas sardas, dispostas quase que ordenadamente, mas ainda sim, de um jeito disperso
Ornando com seu cabelo ondulado, ruivo acobreado
E seus olhos, tão intensos quanto relâmpagos, mas ao mesmo tempo tão preciosos quanto topázios e tão calmos quanto o balançar do mar
Só que em tons que (dançavam) alternavam entre um castanho mel e um verde lunar
Variando sob a incidência do sol
Com o róseo de seus lábios carnudos, os dando mais evidência
Tanto à mim, quanto às lepidópteras e monarcas, que nela pousavam
Era evidente que sua paz interna era tão plena quanto a externa
Aquela visão era bela
De uma forma que fazia meu coração encher de pura satisfação
Não sei ao certo por que
Mas tenho quase certeza de que as borboletas também não sabiam porque poderiam pousar
E a garota, que a não tinha a menor ideia do porque aqueles animais alados insistiam em usar seu corpo como refugio para descansar.