Borboletas do passado em um sótão empoeirado (meu coração)
Um dia te conheci melhor que qualquer pessoa
Te vi tão clara e transparente quanto a água
Algumas vezes minha inspiração, outras, apenas transpiração
Contei minha estórias e teorias da conspiração
Me cedi de corpo e alma
Um livro aberto, que um dia fora minha mente
Conversei de igual para igual
Sem hipocrisia e tal
Muito menos distinção...
Sequer enxerguei a linha tênue, de onde terminava o meu ser e começava o seu
Quando falava, era tudo tão fluido
Como se falasse comigo mesma, frente a um espelho
Mesmo sabendo que o rosto refletido não era o meu
Ignorei e me dei
Afinal nem sempre me vejo no reflexo que me olha de volta, normal...
Mas nunca achei que aquela imagem pudesse me odiar
Ou lançar olhares de desprezo.