Borboletas do passado em um sótão empoeirado (meu coração)

Um dia te conheci melhor que qualquer pessoa

Te vi tão clara e transparente quanto a água

Algumas vezes minha inspiração, outras, apenas transpiração

Contei minha estórias e teorias da conspiração

Me cedi de corpo e alma

Um livro aberto, que um dia fora minha mente

Conversei de igual para igual

Sem hipocrisia e tal

Muito menos distinção...

Sequer enxerguei a linha tênue, de onde terminava o meu ser e começava o seu

Quando falava, era tudo tão fluido

Como se falasse comigo mesma, frente a um espelho

Mesmo sabendo que o rosto refletido não era o meu

Ignorei e me dei

Afinal nem sempre me vejo no reflexo que me olha de volta, normal...

Mas nunca achei que aquela imagem pudesse me odiar

Ou lançar olhares de desprezo.

Delírio Rodrigues
Enviado por Delírio Rodrigues em 27/07/2017
Reeditado em 08/08/2017
Código do texto: T6066116
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