MADRUGADA
Tereza Cristina Saraiva
Sinto medo da madrugada
Onde quase podemos escutar o silêncio.
Sinto medo dos quases
Dos possos
e dos quases idos.
Sinto angústia do nada e do vazio.
Do pouco ou quase tudo
Dos sons abafados
Da música mal tocada.
Da noite assombrada.
Da fome do infinito
Sinto medo do sonhar
E do pesadelo
Tenho que perder o medo de tudo.