Ao amor profundo e fremente

A mão do destino

esquelética e redentora

rasga o peito, a carne morta

e badala nova vez o velho sino

Com as unhas sujas

aperta o coração pungente

quase o faz parar, morte silente

no âmago das esperanças mortas

Inevitável introspecção

transviada pelo sopro do vento

mantida ao alvedrio do tempo

conduzida pela lágrima em vão

Sedado pelas crespas dores

vegetando em tempos de glória

amargando o som das rapsódias

corrompido pelo aroma de flores

Eis a vereda escarpada

a morte sedenta e escancarada

o olho da besta enjaulada

o grito da vida dizimada

Sublime é o pranto

a redenção do pecado

sofrimento eternizado

no abismo do rosto

Meus olhos tão vagos

no ardor do teu ensejo

permito-os e deixo

caírem dominados

Ao amor profundo e fremente

eis a derrocada fatal

Eduardo G Silva
Enviado por Eduardo G Silva em 08/08/2017
Código do texto: T6077224
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