A Feira do Alecrim

"Na capital de Natal

No bairro do Alecrim"

Uma feira sem igual

Que nunca vi nada assim.

Gente sai passando mal

De tanto comer aipim

Um prato tradicional

No bar do Benjamim.

Caruaru é a tal

Mas seu reinado tem fim

Mesmo sendo imparcial

Aqui no meu folhetim

Não estou falando mal

Puxando a brasa pra mim

Mas é uma feira normal

Não digo seja ruim.

Vender colchão de casal

Com recheio de capim

Isto é coisa banal

Até em feira chinfrim.

Agora vou ser radical

Gastar todo o meu latim

Vai parecer surreal

Quando disser a que vim.

Na feira do Alecrim

Tem coisa que não tem fim:

Pato, galinha e bacurim,

Bolo, tapioca e quindim,

Jerimum, batata e aipim,

Rosa, cravo e jasmim,

Milho, feijão e gergelim.

Tem pescada, tem surubim,

Velho comendo amendoim,

Menino chupando din-dim,

Moça comendo alfenim,

Tem goma da cor do marfim,

Tem estrume pro jardim

Tem creme pro pixaim,

Tem bomba e tem estopim.

Na feira do Alecrim

Tem coisa que não tem fim.

Tentando homenagear o meu querido bairro do Alecrim, onde passei

quase vinte anos.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 09/08/2017
Reeditado em 21/04/2020
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