* Rascunhos *

"...Rascunhei com carvão em papel pardo,

Linhas cruzadas que fluíam conforme meus pensamentos.

Linhas contínuas,

Linhas por cima de linhas,

Linhas de um rabiscar ininterrupto.

E abrupto,

É sempre o susto que se leva,

Quando o que não se espera,

Acontece.

Chegando na sutileza de brisa mansa,

Porém devastando como furacão.

E então,

A reação adversa ao costumeiro,

É estagnar-se,

Fazendo de si um cativeiro,

Deixando o olhar perdido na imensidão.

E no vazio,

É engolir o pranto que fere com seus espinhos,

Rasgando,

Machucando,

Ferindo a pele,

Fazendo de decepções vividas seu ninho,

E então,

Sentir por si mesmo, carinho.

É o proteger, e se cuidar.

Para depois,

Na insônia que abate,

Corpo cansado,

Deitar.

Tentar refugiar-se nas respostas que a própria mente cria.

E como bicho acuado,

Lambe as próprias feridas,

Porque sabe,

Que nada além de si mesmo,

Poderá curar...."

Agridoce P
Enviado por Agridoce P em 10/08/2017
Reeditado em 20/10/2017
Código do texto: T6079877
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.