Imensidão de Por quês

Por que sentir frio

Se puder aquecer o corpo

Por que o inverno

Se logo terei o verão

Por que admirar as folhas

Ter-se-ei belos frutos

Por que contentar-me com pouco

Se poderei ter tudo

Por que esperar tempestade

Se a chuva não vai cair

Desejo ficar

Não quero ir

Por que me esconder

Se quero correr

Por que fugir

Se minha alegria mora aqui

Por que chorar

Se a magia está no gargalhar

Por que pensar em amor

Se o que move é a paixão

Por que lembrar da tristeza ou solidão.

Por que um amor platônico

Se a beleza destoa

O romantismo não se desfaz

Nem deixa de ser harmônico

Por que um amor previnido

Se cultivo o improviso

Evita-se chorar

E consigo a lágrima espantar

Por que um amor vaidoso

Se a humildade transforma

O carinho embeleza

E a pureza transborda sutileza

Engrandece o plebeu que se fez realeza

Por que um amor silencioso

Mesmo que perigoso

Por que calar

Quer-se esperniar

Não mais soluçar

Nessa imensidão dos "Por quês"

Na incerteza dos "Talvez"

Na condicionalidade do "Se"

Na dúvida dos "Será"

Porém, na certeza

Que ainda irei conquistar

A liberdade de gritar

Este louco desejo de te amar

Jaque Melo
Enviado por Jaque Melo em 16/08/2007
Reeditado em 16/08/2007
Código do texto: T609403
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.