Divagação

De tudo desejável na vida,

As tantas coisas sabidas, às margens se fica.

O fim sempre desconhecido, no entanto

Deseja-se apenas mais desse enquanto...

Assim se pensa.

A vida é o desejo apenas, nem coisa mais simples ou densa,

Tampouco se vive.

Ainda que extensa, intensa, e que vasta se expanda e se engrandeça de graça e riqueza, a vida é vaidade;

A vida é vaidosa. É vã!

Valiosa? é verdade.

Diga a esperança que nos invade a cada nascer do sol.

Sim, a esperança!

Amanhece a vida como criança e adormece não em velhice, mas na vertigem do que não saber.

Pura vaidade, nem a sabedoria pode salvar-se!

Sábia é a morte!

Que tudo encerra, tudo pode, a todos cobra

E a ninguém socorre.

Tudo se curva a seu breve chamado

Sublime, como assombroso e claro.

Presente iminente que se recebe na concepção.

Sem dia marcado,

Porém surpreendente e exato!

Um estratagema matemático

Neste mundo conturbado...

Todos são vítimas de sua lança!

Seu gume a todos alcança

Irreversivelmente e sem distinção.

Empedernidamente

O caminho consequente de toda criação.

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 27/08/2017
Reeditado em 02/11/2021
Código do texto: T6096152
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