HORA DO RUSH

Na tua esquina,

dobro meus beijos,

e cruzo a avenida

dos teus abraços.

Pego carona

na ternura do teu olhar

a trafegar no burburinho

desse uber,

nessa urbe de emoções.

Sinal aberto para cruzar

os destinos que me levam

até onde nem sei.

Sigo em frente.

O amor, a poesia,

essas ruas por onde ando,

carregam sempre

o espanto.

Há uma praça no final

do caminho.

Um poeta de pedra,

um lenço de seda, uma saudade azul,

um moinho de vento.

Agora, me desencontro e,

aos poucos, nesse corre-corre,

um pedaço de mim,

a cada esquina, morre.

Piso fundo no acelerador,

a vinte mil léguas de desatino.

Vou ali revirar oitenta mundos.

E nem sei se volto.

* José de Castro, jornalista, escritor, poeta. Autor de Quando chover estrelas e Apenas Palavras. Membro da SPVA/RN e da UBE/RN. Contato: josedecastro9@gmail.com

José de Castro
Enviado por José de Castro em 27/08/2017
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