Encontro comigo.

Flutuando;

quero ir cada vez mais alto,

sem pressa, me permito subir.

Me faço uma prece:

me deixe assim.

Sigo flutuando,

e quanto mais me afasto

mais eu consigo me sentir.

Pairo no vazio do espaço,

me refaço.

E esse delírio me parece tão sensato;

os nós da minha mente

desatam,

me abraçam,

acariciam minha alma,

me pedem calma.

Flutuando;

braços abertos,

olhos fechados;

e o vento,

me beijando os lábios.

Me torno uma canção;

daquelas que arrepiam,

que nos fazem ansiar por ouvi-la outra vez;

me propago.

Simplesmente flutuando,

nada é tão leve,

quanto encontrar-me;

e quanto mais longe vou

mais nítida estou.

Sigo flutuando,

Seguro nas cordas invisíveis

de um balanço;

e estou tão segura aqui,

fora de mim.

Jusci Loiola
Enviado por Jusci Loiola em 28/08/2017
Reeditado em 13/10/2022
Código do texto: T6097785
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