Clandestina.

Cabelos desesperadamente

no lugar,

quando só carecem

desalinharem.

Um olhar manso,

escondendo um universo

insano.

Lábios cuidadosamente

pintados,

camuflando sua textura

áspera;

segurando silêncios

gritados.

Corpo coberto,

alma nua;

vulcão;

meus desejos

cospem no padrão.

Sentimentos contidos,

implorando por exageros,

afrontando medos.

E a todo momento,

escolho meu avesso;

me esqueço.

Acordo,

mas não abro os olhos.

Ouço minha própria voz

me tocar:

-corra daí!

Eu,

estou rasgando toda essa lã,

revestida em mim.

Jusci Loiola
Enviado por Jusci Loiola em 31/08/2017
Reeditado em 01/06/2020
Código do texto: T6100595
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