No Turbilhão
Senhora, atrás da sua
porta vive o amor (fé)
que desejo.
Ando pedindo aos dias
que passam
um pouco mais de memória.
Foram negros os anos
que
partiram meu espelho.
Ando pedindo para os anjos
de mármore
a divina paciência.
Eu sou a madrugada chuvosa.
Estou farta da cela,
farta de fingir.
Cansei de esperar que a dor passe.
Cansei de esperar que
o ferimento se estanque.
Meus sonhos se enrodilham no catre.
Senhora, devolva o meu xaile.
Eu o perdi nas cirandas do céu.