Hoje o tempo parou,
Chorou comigo os mortos,

Sem credo,cor ou raça,
Opúsculo das massas,
Em corpos sem valor.

Hoje o tempo sentiu fome,
Na barriga vazia,
Dor de irmãos famintos,
Na obscuridade de seus lamentos,
Segredando a esperança os sonhos.

Hoje o tempo orou,
Nas lágrimas dos desconhecidos,
Da dignidade banidos,
Enquanto destruíam suas casas,
Refúgio manchado de tristeza.

Hoje o tempo gritou,
E não foi ouvido,
E após um estampido,
Sentiu a alma saltar,
Sem saber pra onde.

Hoje o tempo,
Reuniu as preces universais,
E entregou ao amor,
Sabendo em si a hora,
Da purificação que aflora.

Hoje o tempo,
Abraçou a noite e o dia,
Nos corações emperdenidos,
Tentando salvar o ser,
De sangue e morte embebido.

 
Sirlanio Jorge Dias Gomes
Enviado por Sirlanio Jorge Dias Gomes em 05/09/2017
Reeditado em 20/11/2017
Código do texto: T6105667
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