O desaparecimento de tudo

Desaparecimento contínuo.

Tudo se esconde. Os becos das ruas,

As raízes das flores.

Coisa nebulosa: o silêncio da translação,

das gigantescas migrações de nuvens,

retirada em massa dos cílios.

Um sopro.

Um amor fraquinho é imenso.

Se o verso decide o mundo

desconfia-se que há um quilo de outro naquilo que é,

como um tomate, que é tomate e veneno.

Quando não havia nem mesmo o mar:

Andamos pelas terras chorando

por alguém que tivesse morrido alguma vez.

Perpétuo céu aberto: acabando.

A água na bilha: sumindo.

O quanto essas estrelas não viram!

Dan Oliveira
Enviado por Dan Oliveira em 07/09/2017
Código do texto: T6106828
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