Indepência
Eu passei o dia todo pensando na minha independência
Independência! Mas de que forma eu sou independente?
Logo cedo resolvi olhar minha cidade para encontrar a nossa
Independência, mas tudo o que vi, foi um povo correndo
Nessa vida a gente corre de tudo, por tudo e para tudo
É uma redundância de tanta coisa que deságua nesse tudo
Tudo precisa melhorar, tudo precisa de mais, tudo não é o necessário,
Tudo é pouco, tudo é falho, tudo acaba, tudo começa e recomeça
Seu Raimundo abriu o açougue, pois precisava vender para juntar,
Para pagar, para não ter restrições, mais vale o bom nome, disse ele.
Seu Armínio madrugou com sua venda de verduras, precisa vender antes do sol, para não murchar, para não perder, e ganhar para pagar
Dona Elisabete levantou as seis e meia, armou sua barraca de café,
Como de costume, lá na esquina da rua Campos Sales, na parada do ônibus, mas as crianças não acordaram cedo, a bandeira permaneceu a meio mastro, até as dez horas da manhã, foi que lembraram de hastearem-na
Pelo visto a coisa anda tão diferente que nem se sabe mais ao certo o que é ser patrício, ser patriota é tão démodé, que a nossa gente já nem liga mais a TV. Em minhas infantes memórias, ainda me vejo, na rua principal da cidade. Congas, fardamento, e cabelos cortados, impecável para o desfile
Até que veio o grande mal, alojado nas entranhas da política, a degeneração, Que não diz o que vem fazer, mas se revela por meio da degradação total da nação. Um câncer acelerado, chamado corrupção. Não deixa nada para a nação, com a força que corrompe, mata o espírito do povo.
7 de setembro é mais um dia de luta, de agonia e trabalho para todo o povo que faz da vida uma arena, da sua força, o gladiador, do seu trabalho a sua arma, de sua honestidade a sua couraça, da sua fé o seu escudo, escudo forte, de sua persistência sua habilidade e da esperança o sonho que nunca morre.