Nas saias da noite

Amedronta-me a paz que não tenho,

O mantra rompendo o cerco,

Pássaros no ar sem maneio.

Escuto os acordes reais,

breves, vítreos, fagueiros à foz.

Tão belo este moço!...

Por que ele está me chamando?

O que lhe tolheu o seio?...

Passos em transe, passos vigilantes,

despertam-me à porta dum pavoroso céu.

Ah, triste era dum coração só!..

O desejo com seus dedos quentes

faz o giro de novo.

E eu voo... E eu voo...

O corpo está arriçado de flamas.

Ó, pavoroso céu!...

Por que está me tocando?

Já estão subindo as águas, Seu Moço;

Já estão subindo!

Agosto estende o silvado e

murmulhos serpeiam

num vaivém rouco.

Tinahh
Enviado por Tinahh em 12/09/2017
Reeditado em 13/09/2017
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