O passado ficou invisível

O passado ficou invisível

A tênue da confiança e do amor

Embarcou junto ao progenitor

Naquele ônibus carregado de culpa

Tenro e com a inocência em seus bolsos

Aquele jovial garoto

Ficou marcado como um gado em uma fazenda urbana de detritos humanos

Anos à frente

Se submergiu ao consolo das substâncias

Foi de cara, boca e nariz

O que ele privava, era ser inFELIZ

Olhava sempre para o rastro do passado

Dizia ele que o presente era fruto podre do que foi lá trás

Mágoa e rancor eram assinados em suas respostas e atitudes

Um jardim podre de defeitos criados no seu laboratório mental

Culpa era desculpa

Ou desculpa era culpa?

Tanto faz, ele vivia para se entorpecer de ilusões que de brincadeira preenchia a lacuna

A vida não foi boa

Ou ele não foi bom com a vida...

Anos se passaram, vinte um mais especificamente

E aquele fantasma do dia da rodoviária

O que o abandonou

Fora perdoado, a mágoa se desfez

O rancor foi expelido

Voltando para a estaca zero

Jogando fora o ódio, o qual um dia preencheu sua alma

Trocando por um sentimento de amor

Chamando o progenitor de meu pai...

O passado ficou invisível.

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 18/09/2017
Código do texto: T6118044
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