Terra do nunca

Venho de um lugar distante

De um lugar onde ninguém

Nunca foi

Fica além daqueles montes

Onde as nuvens fazem rasantes

E o sol se deita pra dormir.

Minha casa é de espuma

De uma espuma branca

Tão branca

Como ninguém nunca viu.

As janelas pequeninas

Têm flores de manacá

Que exalam um cheiro bom

Vindo de dentro pra cá.

Na porta da minha casa

Meu dragão dorme tranqüilo

Sem nada ouvir ao redor

Pois é surdo de velhice

E sofre de uma rinite

Que o impede incendiar.

Ah! minha rede de balanço

Eu prendi num arco- íris

Pois duvide, se quiser

Mas cada dia que passa

Uma cor vem me embalar.

E eu, feito criança

Rabisco a tarde inteirinha

Até transformar o céu

Que antes todo azul

Vira noite, vira breu.

Perpétua Amorim
Enviado por Perpétua Amorim em 17/08/2007
Código do texto: T611937