Poema 0155 - Se um dia voltar...

Algum dia, pegar tua mão, não só falar de amor,

fazer, e sentir teu riso solto dentro da minha boca,

depois sair de ti, completo, impuro,

seria eu teu amor? O escolhido para ser paixão?

Deixa que a suavidade deslize sobre tua pele,

que a chuva de carinhos lave teus desejos,

ainda que tua alma não me reconheça,

sonha junto com meus faz-de-conta.

Um dia ainda atravessarei meu eterno escuro;

cessaram os gritos de socorro em mim,

as lágrimas serão de risos,

as palavras pedidos de carinhos, todos, muitos.

Um dia tuas mãos escaparam do meu corpo,

as longas esperas me fizeram te perder,

não sei voar sem ar, nem amar sem teu amor,

volto hoje e peço, sente que trouxe a paixão.

Esqueci o silêncio pelas estradas nuas,

assim como os corpos que não amei,

falei teu nome quando fiz amor com outras,

o torpe da solidão vem quando anoitece no peito.

A cada noite voltas em meus sonhos,

grito para meus anjos que ajudem a sonhar,

é assim que te tenho por alguns instantes,

quando amanhece, sou solidão, antiga e dolorida.

Preciso de um amor, mesmo que não seja eterno,

quero falar de amor, ouvir o amor,

não agüento meu corpo adormecido para sempre,

transforma o querer, grito teu nome para meu corpo.

Estarei presente em todos os teus sonhos,

não sei que magia posso querer,

prometo um sussurrar leve quando entrar,

direi do amor que trouxer, falarei do meu amor teu.

Hoje sou apenas pedaços de sonhos e desejos,

sinto que, na verdade, jamais existiu este teu amor,

fecho meus olhos para que parem as lágrimas,

desmente meus sentimentos, todos descrente de amor.

05/02/2005

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 08/03/2005
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