MAÇÃ PODRE

Das cinzas

Da tragédia e da miséria

Ergo-me feito

Verme oportunista,

Gordo me lambuzo

Em busca de asquerosas

Asas talhadas na lama

Da imoralidade coaduna

A escuridão de mim.

Meu amor

É um pedaço

De maçã podre

Jogado à sarjeta.

Fomos nos apodrecendo

Cada qual, favorecendo

O pior lado do outro.

Aqui não há flores

Somente enterros

Para saciar a fome de carne

No final da sua evolução.