FORA-DA-LEI

FORA-DA-LEI

Louco,

puramente insano!

Abandona a vontade de verdade e

se lança em alto vôo

feito águia,

e num salto contempla abismos, múltiplos horizontes.

Sismo cismador, ensimesmado, interiores,

poeta-cantor!

Homem-enigma, milabismos, malabarismos

junto à exuberância dos signos coloridos.

Homem-máquina, aberto, hospitaleiro

aos signos exteriores.

Estertotes...

Extraterritorialidade,

a vertigem na cabeça,

o deslocamento enlouquecido das mãos

dialogantes, galopantes.

Ah, a vontade de beleza!

Por que tudo enfim é tão incompleto?

Ah, realidade sem lei, fora-da-lei...

O mundo repleto de signos-enigmas ilegíveis merece crédito,

sim!

e segue o desvairado no jogo estético dos signos

da enigmáquina escrita;

o marginal, aos trancos e barrancos, pelos desertos,

junto às filhas do fogo.

Prof. Dr. Sílvio Medeiros

Campinas, é inverno de 2007.