Um rés
Eu sou aquele que chegou depois,
que teve que se conformar com o que encontrou,
que não pode construir onde já tinha o que ali ficou...
Eu olho e não quero ver,
caminho, mas é sem querer chegar,
e tudo que toco alguém já tocou,
é um morrer em querer se eternizar,
falta um quê que não me deixar me priorizar...
As águas que bebo se evaporam antes do gole,
a sede é permanente em meu versejar,
quando penso em voltar, tudo já se acabou...
Eu sou aquele que busca não buscar mais,
aquele que de si mesmo já se abusou,
Um rés que sem alarde desse mundo se dissipou