Tempestade.

Simplesmente vou,

com meu vestido branco; e

pequenas flores azuis,

chove lá fora;

esse barulho,

me seduz.

Pés descalços,

só quero ir;

torço pro trajeto e chuva

não terem fim.

Canto desafinada,

me pego a sorrir,

ao lembrar que ninguém,

pode me ouvir.

Luzes,

vozes e buzinas

insistem,

não cessam.

Não me importo,

sigo.

Gotas geladas me percorrem,

me conhecem;

com destreza,

colam o tecido em minha pele.

Não sei o que procuro,

meus pés não cansam,

por vontade,

talvez,

por engano.

E quando paro,

elevo-me ao céu;

braços abertos,

me deixo assim.

Subitamente ouço trovões;

agora os pés latejam,

me desequilibro com o forte vento.

Percebo que essa chuva que escolhi,

é refúgio pra tempestade

que acontece dentro de mim.

Jusci Loiola
Enviado por Jusci Loiola em 05/10/2017
Reeditado em 20/04/2018
Código do texto: T6133367
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