Tempestade.
Simplesmente vou,
com meu vestido branco; e
pequenas flores azuis,
chove lá fora;
esse barulho,
me seduz.
Pés descalços,
só quero ir;
torço pro trajeto e chuva
não terem fim.
Canto desafinada,
me pego a sorrir,
ao lembrar que ninguém,
pode me ouvir.
Luzes,
vozes e buzinas
insistem,
não cessam.
Não me importo,
sigo.
Gotas geladas me percorrem,
me conhecem;
com destreza,
colam o tecido em minha pele.
Não sei o que procuro,
meus pés não cansam,
por vontade,
talvez,
por engano.
E quando paro,
elevo-me ao céu;
braços abertos,
me deixo assim.
Subitamente ouço trovões;
agora os pés latejam,
me desequilibro com o forte vento.
Percebo que essa chuva que escolhi,
é refúgio pra tempestade
que acontece dentro de mim.