Acaminho de Lavras Novas
Pedra sobre pedra,
desce rola
Cai não cai,
Estrada torta, sinuosa;
Uma curva, outras mais.
Vento uiva, e a pedra cai.. Não cai!
Parar, descansar,
Ar de tão puro, não me acostumo
Fica difícil de respirar.
Vale a pena ouvir o som do nada,
Ao som dos campos, capim bailando;
Um, som ...
Sem fim...
Cheiro de mato
Cheira capim.
Colchão perfeito...
E ali me deito
Ouço um conserto;
Cantar dos pássaros
Zumbir de abelhas
Que se afinam ao longe...
Tom musical.
Olho pro céu
Azul anil
Vejo as nuvens ,
e lá desenho com meu olhar;
Todo desejo,todo segredo,
que ainda hoje estou a guardar
Assisto um balé ao entardecer,
e como ousas não me entender?
Bailar de bandos de mariposas e andorinhas,
que vão agora se recolher.
Ali adormeço...
Acordo, escuro.
Vento frio,
Estrelas mil.
Tantas... Eu juro
Ninguém, jamais... viu
Pudera eu,aqui
Passar
Eternamente
Aqui ficar
Por essa estrada, rodopiar
Apanhar flores,
Prá me enfeitar,
Cair na relva...
E finalmente... desencantar!