Setembro

Já não há mais tempo/

Porque todos se perderam/

É cada um por sí/

Uns perderam a vergonha/

Outros o respeito/

E todos do seu jeito/

Ficam do outro lado do muro/

Decidem no escuro/

Como vão nos dividir/

A ambição é farta/

A dor é exausta/

E as promessas como a moda/

São vaidosamente nocivas/

O sonho vive o medo/

Do caos, que anda noite e dia/

Não há solidariedade/

Além da maldade/

E acreditar na voz/

De um a esperança sussurrada/

É confirmar a debilidade/

Dentro dessa enfermidade/

Em nossos dias/

As leis são cegas/

Feitas apenas para controlar/

Não há nada de novo/

Da Colônia ao identificado/

Não passamos de explorados/

Muitos tem que dar a vida/

Por material comercializado/

Viva o rei e os presidenciáveis/

Senhores da guerra/

Fazem dessa tapera/

Uma aldeia/

Cuja desigualdade impera/

Cuja miséria da morte é certa/

E a ignorância/

É o único legado/