imaginário

fiz uso da alma e escrevi no vento

o desejo

as mãos apenas instrumentos

palpáveis

tantas vezes sós

escrevi em braile

em libra

usei das onomatopeias

nos espaços vazios

e nas reticências

guardei segredos

em nenhum verso

omiti teu nome

guardado a sete chaves

fiz uso do imaginário e escrevi instantes

em folhas, árvores, grãos, sementes

janelas, portas e vãos.

céu, mar, horizonte

cachoeiras e fontes

rios perenes

originais e cópias

oásis e desertos

contornei um corpo

escrevi na pele

vivi escuridão

e na falta de luz

achei teus olhos

inquietos, viris

e neles

o desassossego

o pranto

Margarida Di

Brasil - 2017

Margarida Di
Enviado por Margarida Di em 07/10/2017
Código do texto: T6135663
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