O ANDARILHO

O ANDARILHO

Maltrapilho, descalços e surjo

Cabelo em completo desalinho,

Barba por fazer amarelada,

Quem sabe desbotada

Pelo tempo,.segue o caminho.

Unhas grandes e surjas, mãos deformadas , calejadas,

Por ter de carregar na vida,um fardo da pobreza.

No olhar vago, a tristeza

No peito só a certeza,

De um futuro incerto

Incertos caminhos.

Olhos sem brilhos,vagam sem nenhuma esperança.

Ao ver tamanha desventura,revolto-me e me agito,

Por ter ficado inerte.

Xingo o governo, os políticos,

Os poderosos os magnatas,

Os governantes, eu critico

A burguesia a nata, de uma sociedade injusta,

Cruel e desumana,

Que faz com que um ser humano

Pela pobreza e pelos anos

Parecer um verme, um Zé ninguém.

Sem raciocínio, completamente insano,

Sem vaidade e sem nenhuma pretensão, entregue ao Deus dará, com fome,

Sem parente, sem nome

A sair por este mundo a fora, a comer o que lhe dão,

Quando não lhe batem a porta, ou xinga-o de esmoler, vagabundo

E confundem-no com ladrão.

Aquele pobre coitado, Sem alma ,sem amor, sem maldade,

Fruto desta própria sociedade,

que sugou a sua vida, selou seu destino

E o fez perder sua hombridade, e o fez entregar sem resistência,

Sem forças de lutar com a poderosa máquina de destruir sonhos.

Jogando-o no mar da desilusão,

Da vida incerta, incertos dias

Ceifando-lhe a alegria,

E a vontade de lutar viver

Deixando se abater e ser engolido

Por os gananciosos do poder.

O sugas-sugas do mundo moderno, políticos corruptos e desonestos.

Que bobagem estou dizendo?

Eles fazem parte da elite, da nata

Ou este mundo está doido virado,

Ou sou eu maluco e não presto.

João Pessoa-pb, 12/11/00.

Francisco Solange Fonseca

FSFonseca
Enviado por FSFonseca em 07/10/2017
Código do texto: T6135743
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